Semana de 18/06 a 01/07 de 2006
Por Edson Carlos de oliveira
Mídia, imparcialmente esquerdista!
Há uma certa maneira de ser imparcial ao descrever um fato: apenas narrar o acontecido sem nenhum viés. Pelo menos assim muitos consideram, mas isso que se dá com uma reportagem de um dado jornalista, não pode ser dito de um jornal ou revista. Pois estes ao buscar narrar apenas uns fatos e não outros ficam parciais.
Vou dar um exemplo real para sairmos do campo abstrato dos princípios. Recentemente, tem-se noticiado pela imprensa o suicídio de três prisioneiros na base naval de Guantámano – localizada na ilha de Cuba. A imprensa, então passou a noticiar o fato como uma verdadeira metralhadora de guerra. Em Muitas notícias os autores procuraram apenas narrar o fato, mostrando como eles morreram e como está havendo uma enorme pressão dentro e fora dos EUA para que se feche a prisão. Mas, os jornais, na totalidade de suas colunas, ao enfocar – imparcialmente – somente este fato podem ser considerados parciais. Por quê? Porque os mesmos “esquecem” de dar espaço para as notícias que informam sobre alguns acontecimentos que ocorrem no mesmo país onde os tais prisioneiros morreram. Em Cuba, no país onde se localiza a tal base naval, um ditador muito conhecido mantém aprisionado milhões de pessoas. Cuba é um imenso presídio. E onde estão os jornais para noticiar isto? Às vezes até noticiam, mas não têm o mesmo esforço.
Mas, isso que se dá com a mídia, também ocorre analogamente a organizações. Por exemplo: a Anistia Internacional (AI), ao saber dos suicídios, pediu ao governo dos EUA permissão para fazer uma investigação independente sobre o fato. Interessante é saber que este mesmo grupo de “direitos-humanos” nada pediu ao ditador de Cuba quando houve a execução de alguns cubanos por tentarem fugir do “paraíso” da ilha-prisão. Também a ONU está aumentando a pressão para que os EUA fechem a base naval, a mesma ONU que está tão intolerante neste caso, nada faz contra os crimes de “direitos-humanos” cometidos por Fidel Castro. Essa é uma imparcialidade parcial. Imparcialmente esquerdista!
A parcialidade não se encontra apenas na notícia, mas na escolha da(s) notícia(s) e a importância que se dá em focalizar mais detidamente umas e não outras.
Não quero aqui fazer um dossiê contra a parcialidade ou imparcialidade de uma notícia ou de um órgão de imprensa – até porque muitos deles mostram sua posição ideológica definida ao leitor -, mas sim mostrar este fato um tanto subtil, onde um jornal, ou uma revista, a primeira vista mostra-se imparcial – sem posição ideológica definida -, mas quando se tem uma visão mais panorâmica da mesma – vendo a importância que ela dá para uns fatos e não para outros-, consegue-se ver aonde ela quer conduzir o leitor.
A Mídia, no geral, é assim, imparcialmente parcial. Mas qual é a parcialidade da Mídia? Sem dúvida é esquerdista. Imparcialmente esquerdista.