quarta-feira, dezembro 12, 2007

Abrindo os Andes em meio à névoa latino-americana

por Anselmo Heidrich


Nesta semana, Carlos Heitor Cony em seu comentário na BandNews disse que como quase metade do eleitorado venezuelano não foi votar é porque a população “está se lixando” para a política e que, afinal, “a Venezuela não é tão politizada assim...” E que Chávez encontrará outro jeito para se perpetuar no poder. Ora, então a política é que “está se lixando” para a população e não o contrário. Ou melhor, o fato de haver grande abstenção significa desinteresse ou desesperança?

O fato é que a América Latina não aponta para um unívoco sentido das mudanças. Há poucos dias, o congresso peruano aprovou ontem o Tratado de Livre Comércio (TLC) com os EUA. A partir de agora poderemos contar com outro país latino-americano, além do Chile, a trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável. E, apesar das críticas corriqueiras e sistemáticas que conhecemos a este tipo de acordo como “vão faltar alimentos ao mercado interno, pois vão preferir exportar” ou “alguns agricultores não resistirão à mudança, pois nem tudo será exportado”, o que vi em matéria da CNN Internacional foi animador... Os peruanos estão otimistas com o acordo. E, de mais a mais, se nem todos os agricultores terão suas commodities exportadas, parece óbvio que continuarão a vender ao mercado interno. Como pode se falar então em desabastecimento? Os argumentos antiliberais dão voltas e mais voltas e repetem seus ilógicos mantras.

Em meio a uma América Latina efervescente onde um Chávez não vai descansar em tentar amarrar a Constituição venezuelana aos seus intentos de perenidade no poder, uma Bolívia em dilaceração, uma galopante carga tributária brasileira, os desvios de bilhões de reais a milhares de ONGs sem critério de transparência, os desmandos de ‘movimentos sociais’, um narcotráfico que se enraíza nos poros da sociedade, nosso governo acaba de aprovar o totalitário Projeto de Lei 29/2007 que obriga as TVs por assinatura a terem metade de sua programação com o conhecido lixo da programação nacional.

Realmente, há várias razões para rejeitar, in limine, o mais recente PL votado por este governo que obriga os canais de TV por assinatura a veicularem 50% de programação nacional. Entre outras por ficarmos reféns obnubilados dos Conys da vida...

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